sexta-feira, janeiro 31, 2014

O selo do Espírito

portada del libro


A palavra selo ou selar tem, basicamente, cinco significados.

Primeiro, ele se refere ao que autentica e comunica autoridade. Define a validade ou autenticidade de um documento ou declaração. Um selo indicará se um documento ou uma assinatura é verdadeira ou falsa.

Segundo, é uma marca de propriedade. Indica que algo pertence a outra pessoa, que é propriedade de alguém. O selo tem uma imagem em particular sobre ela, mostrando que pertence apenas a essa pessoa. No Velho Oeste, criadores marcavam seu gado com o seu rótulo para provar que eram propriedade.

Em terceiro lugar, um selo é também utilizado para fins de segurança. Um selo pode ser colocado numa embalagem, por exemplo. Mas se o selo está rompido, você vai saber que ele foi alterado.

Em quarto lugar, um selo pode indicar a aprovação. Falamos de "selo de aprovação". Isto significa que aprovamos uma pessoa em quem colocamos nosso selo.

Em quinto lugar, às vezes falamos que o destino de alguém está selado. Você pode dizer que uma pessoa "selou seu destino" mediante um comentário feito. Refere-se à possibilidade de um destino imutável, depois de ter sido colocado o selo nele.

Todos os filhos de Deus têm o selo de Deus em si. Em poucas palavras: Todos os que possuem a fé salvadora são selados com o Espírito Santo. "O fundamento de Deus é sólido e firme, é selado com esta inscrição: "O Senhor conhece os seus"(2 Tm 2:19).

Ele nos autentica. Nós recebemos autoridade para nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12).

Ele nos possui. Nos não somos nosso, porque fomos comprados por um preço(1 Co 6:20). Certamente Deus "nos selou como sua propriedade" (2 Co 1:22).

O selo de Deus sobre nós garante a nossa segurança. "Por que ele ordena a seus anjos cuidar de você em todos os teus caminhos" (Sl 91:11).

Não há nada maior do que ter a aprovação de alguém cujo poder, autoridade e integridade tem importancia. Timóteo foi a aprovado por Paulo. "Eu não tenho ninguém como Timoteo....que tem demonstrado o que é" (Filipenses 2:20, 22).

Finalmente, o nosso destino eterno é selado. Paulo disse: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.”(Ef 4:30)


Trecho do livro Fuego Santo, de R. T. Kendal

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Repentistas do púlpito

É comum encontrar pregadores que não preparam sermão, deixam a coisa inteiramente por conta do Espírito, da unção, do repente. Há também os repentistas que gostam mesmo de perder tempo, porque dedicaram-se no preparo do sermão durante a semana por algumas horas e mudam tudo cinco minutos antes de subir ao púlpito.

Já observei que é típico desse pessoal dizer que a mudança do sermão aconteceu aos 45 do segundo tempo e que a entrega da Palavra foi uma bênção, o poder de Deus verdadeiramente se manifestou, pessoas foram tocadas e blá blá blá. Pode até ser, mas custo a acreditar!

Se o Espírito está com o pregador repentista para entregar a ele uma mensagem poderosa no momento da pregação, por que não estaria com ele antes para entregar a mensagem no momento de preparo do sermão? Ou ele nega a onisciência do Espírito para conduzi-lo na mensagem que deveria ser pregada naquela noite em particular ou o Espirito sobre ele é assim meio no estilo de Saul, entre e sai... Estranho, não é!?

Se o Espírito que está com ele no púlpito é o mesmo que permanece com ele, conduzindo-o em tudo, nos momentos entre púlpitos, só posso mesmo crer que é o fator emoção a causa da mudança no sermão. A mesma emoção que envolveu o pregador repentista antes do púlpito, durante a parte inicial do culto, é também responsável pela avaliação dele da eficácia do repente improvisado.

Nosso estado de espírito influência nossa percepção do mundo. Para uma pessoa deprimida, tudo está ruim; para uma pessoa eufórica, tudo está uma beleza! Outro efeito da histeria emocional do repentista é a sua influência sobre a audiência. Um animador de auditório deve ser eufórico para contagiar as pessoas. Coloque o Spock na frente do auditório e espere a interação da plateia... Nada!

Se o repentista já foi arrebatado pela emoção, é evidente que ele estará mais apto a envolver seus ouvinte, colocando-os no mesmo nível de excitação emocional, e a predisposição natural da plateia para essa “empatia eufórica” com o animador de auditório é fato já muito bem conhecido e explorado! Se assim não fosse, não seria tema de estudo de quem trabalha com teatro, comédia, apresentadores de show de auditório, etc. Converse com um dublador de filmes por cinco minutos e entenda a dificuldade da dublagem de harmonizar a cena com tom emocional da fala do personagem dublado. Se toda a cena é de completa euforia, e o dublador fala como quem acaba de enterrar o pai, a emoção é perdida. Se o filme é um drama e convidam um comediante inveterado para dublar todas as falas com ar jocoso, a angústia do drama vira um deboche para a percepção dos ouvintes. Quem poderá chorar e envolver-se com o drama dos personagens assim? Ninguém!

Não é verdade também que uma das grandes armas dos ilusionistas é envolver sua audiência emocionalmente. Verdade ou não? Se o mágico não souber arrebatar as emoções de sua plateia, certamente não conseguirá iludir ninguém!


Há verdadeiros homens de Deus por aí que são usados para falar coisas grandiosas no momento certo. Aquela palavra para qual não houve preparo, e Deus, por misericórdia, usa o vaso para entregar uma Palavra eficaz para sua Igreja. Mas esses casos são raros... Estou cansado de ouvir mensagens vazias em nome da emoção.

Vi no site do André  R. Fonseca

terça-feira, janeiro 28, 2014

Fui a Jerusalém buscar poder!


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A febre hoje é judaizar... e quem procura judaizar a igreja comete tremenda judiação! Mas desde o toque no shofar dos cânticos de alguns anos atrás, crentes e mais crentes são atraídos pela proposta de adotar liturgias cada vez mais judaicas. O número de igrejas que se transformam em verdadeiras sinagogas não para de crescer. Lamentável... Mas o que é ainda mais lamentável é a busca de alguns por poderes e unções especiais viajando para Jerusalém. Outro dia vi um pastor dizer no Facebook que só agora a igreja começava a receber a bênção financeira que ele tinha ido buscar em sua viagem para a Terra Santa! Tem também aquela coisa de vender a água do rio Jordão em frascos especiais, colocar o nome de enfermos no livro que será levado para o monte das oliveiras, etc, etc, etc. São as indulgências do século XXI... Tem até graça essa turma continuar insistindo na Igreja Católica como a Babilônia apocalíptica. Acho que eles não têm espelhos!

Mas que história é essa de ir buscar poder e unção em Jerusalém? Não foi Jesus mesmo quem disse que já havia chegado o tempo que não se adoraria mais nem em Jerusalém nem no monte Gerizim, porque os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espírito e em verdade? Jesus não inaugurou um novo tempo de adoradores sem limitações geográficas? Se nem mesmo o judeu, na nova aliança, segundo o autor de Hebreus, precisa peregrinar até Jerusalém para sacrificar, por que o crente tupiniquim vai achar que sua oração em Jerusalém terá unção especial? Estaria Deus limitado pela geografia? Voltamos ao período dos patriarcas, do pré-exilio babilônico, quando se pensava que os deuses eram territoriais?

Quando os judeus foram levados para o cativeiro babilônico, a visão de Ezequiel era clara: Deus não está limitado, preso em Israel. Deus, montado sobre um querubim, está aqui também na Babilônia e vem ao nosso socorro!

A mensagem da cruz não é diferente. Cristo cumpriu sua missão de dar vida aos adoradores por meio de sua morte, agora, como nova criatura, por meio de um nascimento espiritual, os verdadeiros adoradores podem adorar verdadeiramente a Deus independente do lugar para adoração. Não é o monte Gerizim tão pouco Jerusalém, o que importa é ter nascido de novo para adorar em espírito e em verdade aqui mesmo no Brasil.



sexta-feira, janeiro 24, 2014

É errado falar dos erros doutrinários dos outros?




Uma das argumentações mais comumente utilizadas sobre a denúncia das distorções religiosas é a de que é errado falar do erro dos outros. Essa é mais uma estratégia utilizada por aqueles que seguem o pensamento politicamente correto, para poderem viver "em paz" segundo o sistema religioso que eles mesmos desenvolveram e para que sua zona de conforto não seja ameaçada ou abalada. Com isso, cria-se espaço para que os falsos mestres, falsos pastores e usurpadores da fé se sintam à vontade e bem acomodados no seio da igreja.

Nós evangelizamos, mas os lobos veem e roubam as pessoas que nós evangelizamos, e depois quando vamos defender o rebanho estamos errados? Estamos errados porque buscamos proteger o rebanho contra os lobos?

Quer dizer que temos que trazer ovelhas para o rebanho, mas não devemos proteger essas ovelhas? Elas que devem se virar sozinhas? Espera um pouco, isso é amor?

Deixa ver se eu entendi direito. Em outras palavras: O lobo está dentro da igreja e nós trazemos pessoas para dentro da igreja para o lobo as atacar lá dentro. Isso quer dizer que nós estamos apenas alimentando o lobo? Quer dizer que estamos alimentando quem deveríamos expulsar? Então, isso quer dizer que nós somos garçons do lobo? E para piorar a situação, estamos errados por denunciar o lobo e tentar expulsá-lo de perto da ovelha? Estamos errados quando buscamos alertar a ovelha do perigo?

Ainda assim, o texto bíblico mais utilizado para se defender o comodismo, a busca por uma vida politicamente correta e a não confrontação daqueles que estão errados é Mateus 7. Ao fazer tal afirmação, “Não julgueis, para que não sejais julgados”, Jesus nos traz esclarecimentos valiosos, que são bem convenientes para esse assunto. Vejamos o texto completo:

“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. (Mt 7:1-5)

Em primeiro lugar, se julgar – nesse sentido – é errado, então aqueles que reprovam os que combatem heresias também estão julgando. Estão julgando os apologistas.

Em segundo lugar, o julgamento condenado por Jesus no texto bíblico é o julgamento hipócrita, ou seja, condenar-se a prática errada dos outros sem que antes se corrija a própria vida, pois muitas vezes condena-se os outros sem que se observe a própria prática de coisas piores.

Em terceiro lugar, Jesus não reprova o julgamento em si, propriamente dito, pois Ele mesmo diz, no mesmo texto, que se deve tirar “primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão”. Observe bem que Jesus diz que após corrigir-se o próprio erro pode-se então auxiliar o outro na correção. O problema é que muitos não desejam a correção, mas anseiam por continuar em suas práticas erradas e com o argueiro no olho.

Em quarto lugar, o próprio Jesus nos orienta no correto julgamento, livre da hipocrisia, pois dos versículos 15 à 20 Ele mesmo nos dá orientações sobre como proceder em um julgamento reto e justo, observando os frutos e discernindo falsos profetas vestidos de ovelhas.

O profeta Jeremias nos apresenta um problema, ao afirmar que coisa horrenda estava acontecendo porque o povo estava gostando. Todavia, ele inquire o povo perguntando-lhe o que seria feito a respeito. O povo de Deus deveria fazer algo! Ora, para se tomar uma atitude é necessário se observar com atenção e responsabilidade, e depois se proceder a um julgamento, no qual as medidas cabíveis devem ser tomadas por amor ao Senhor e compromisso com Sua Palavra.

“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5:30-31)

O apóstolo João nos diz que não é pecado julgar, desde que se faça sem partidarismo, interesse próprio nem preconceito, mas que se proceda o julgamento através da reta justiça, e nada melhor para guiar tal julgamento do que a Palavra de Deus, que é reta e justa.

“Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24)

E, por último, o apóstolo Paulo nos diz que não é pecado julgar, já que um dia haveremos de julgar até mesmo o próprio mundo. Todavia, este julgamento deve ser feito segundo os princípios de Deus, segundo a Sua Sagrada Palavra.

“Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?” (1 Co 6:2-5)

A verdade deve ser mostrada e o erro desmascarado, não importando onde esteja. Seja no catolicismo ou no evangelicalismo, ou em que religião for. Não importa se é em nós ou no outro. Afinal, não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo.

Agora, que verdade é essa?

Eu vos digo: A verdade absoluta da Sagrada Escritura, Divinamente inspirada, inerrante, infalível e suficiente

Então, prezado leitor, vamos parar com essa estória de evangelizar sem doutrinar, de amor sem doutrina e de paz entre irmãos sem a aplicação correta dos princípios bíblicos, porque é por essa razão que temos tantos falsos profetas dentro da igreja hoje, e é exatamente por isso que esses falsos profetas têm se sentido tão bem dentro da igreja.