Uma das argumentações mais comumente utilizadas sobre a denúncia das distorções
religiosas é a de que é errado falar do erro dos outros. Essa é mais uma
estratégia utilizada por aqueles que seguem o pensamento politicamente correto,
para poderem viver "em paz" segundo o sistema religioso que eles
mesmos desenvolveram e para que sua zona de conforto não seja ameaçada ou
abalada. Com isso, cria-se espaço para que os falsos mestres, falsos pastores e
usurpadores da fé se sintam à vontade e bem acomodados no seio da igreja.
Nós evangelizamos, mas os lobos veem
e roubam as pessoas que nós evangelizamos, e depois quando vamos defender o
rebanho estamos errados? Estamos errados porque buscamos proteger o rebanho
contra os lobos?
Quer dizer que temos que trazer
ovelhas para o rebanho, mas não devemos proteger essas ovelhas? Elas que devem
se virar sozinhas? Espera um pouco, isso é amor?
Deixa ver se eu entendi direito. Em
outras palavras: O lobo está dentro da igreja e nós trazemos pessoas para
dentro da igreja para o lobo as atacar lá dentro. Isso quer dizer que nós
estamos apenas alimentando o lobo? Quer dizer que estamos alimentando quem
deveríamos expulsar? Então, isso quer dizer que nós somos garçons do lobo? E
para piorar a situação, estamos errados por denunciar o lobo e tentar
expulsá-lo de perto da ovelha? Estamos errados quando buscamos alertar a ovelha
do perigo?
Ainda assim, o texto bíblico mais
utilizado para se defender o comodismo, a busca por uma vida politicamente
correta e a não confrontação daqueles que estão errados é Mateus 7. Ao fazer
tal afirmação, “Não julgueis, para que não sejais julgados”, Jesus nos
traz esclarecimentos valiosos, que são bem convenientes para esse assunto.
Vejamos o texto completo:
“Não julgueis, para que não sejais
julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida
com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no
argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma
trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em
tirar o argueiro do olho do teu irmão”. (Mt 7:1-5)
Em primeiro lugar, se julgar – nesse
sentido – é errado, então aqueles que reprovam os que combatem heresias também
estão julgando. Estão julgando os apologistas.
Em segundo lugar, o julgamento
condenado por Jesus no texto bíblico é o julgamento hipócrita, ou seja,
condenar-se a prática errada dos outros sem que antes se corrija a própria
vida, pois muitas vezes condena-se os outros sem que se observe a própria
prática de coisas piores.
Em terceiro lugar, Jesus não reprova
o julgamento em si, propriamente dito, pois Ele mesmo diz, no mesmo texto, que
se deve tirar “primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o
argueiro do olho do teu irmão”. Observe bem que Jesus diz que após
corrigir-se o próprio erro pode-se então auxiliar o outro na correção. O
problema é que muitos não desejam a correção, mas anseiam por continuar em suas
práticas erradas e com o argueiro no olho.
Em quarto lugar, o próprio Jesus nos
orienta no correto julgamento, livre da hipocrisia, pois dos versículos 15 à 20
Ele mesmo nos dá orientações sobre como proceder em um julgamento reto e justo,
observando os frutos e discernindo falsos profetas vestidos de ovelhas.
O profeta Jeremias nos apresenta um
problema, ao afirmar que coisa horrenda estava acontecendo porque o povo estava
gostando. Todavia, ele inquire o povo perguntando-lhe o que seria feito a
respeito. O povo de Deus deveria fazer algo! Ora, para se tomar uma atitude é
necessário se observar com atenção e responsabilidade, e depois se proceder a
um julgamento, no qual as medidas cabíveis devem ser tomadas por amor ao Senhor
e compromisso com Sua Palavra.
“Coisa espantosa e horrenda se anda
fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam
pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?”
(Jr 5:30-31)
O apóstolo João nos diz que não é
pecado julgar, desde que se faça sem partidarismo, interesse próprio nem
preconceito, mas que se proceda o julgamento através da reta justiça, e nada
melhor para guiar tal julgamento do que a Palavra de Deus, que é reta e justa.
“Não julgueis segundo a aparência,
mas julgai segundo a reta justiça” (Jo 7:24)
E, por último, o apóstolo Paulo nos
diz que não é pecado julgar, já que um dia haveremos de julgar até mesmo o
próprio mundo. Todavia, este julgamento deve ser feito segundo os princípios de
Deus, segundo a Sua Sagrada Palavra.
“Não sabeis vós que os santos hão de
julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura
indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os
anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida? Então, se tiverdes
negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes para julgá-los os que são
de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o digo. Não há, pois, entre vós
sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?” (1 Co 6:2-5)
A verdade deve ser mostrada e o erro
desmascarado, não importando onde esteja. Seja no catolicismo ou no
evangelicalismo, ou em que religião for. Não importa se é em nós ou no outro.
Afinal, não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo.
Agora, que verdade é essa?
Eu vos digo: A verdade absoluta da
Sagrada Escritura, Divinamente inspirada, inerrante, infalível e suficiente
Então, prezado leitor, vamos parar
com essa estória de evangelizar sem doutrinar, de amor sem doutrina e de paz
entre irmãos sem a aplicação correta dos princípios bíblicos, porque é por essa
razão que temos tantos falsos profetas dentro da igreja hoje, e é exatamente
por isso que esses falsos profetas têm se sentido tão bem dentro da igreja.

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