O título deste post lembra nome de dupla sertaneja. Mas
não tem nada a ver. Na verdade, há tempos ouvi de um irmão idoso, diácono da
igreja onde aceitei o Senhor, uma ilustração sobre essas ferramentas.
Ele, antes do culto, me perguntou, sendo eu ainda
novo-convertido: “o irmão recebendo de Deus o chamado para pregar a palavra
quer ser “pregador martelo ou marreta”? Não tive resposta, mas a pergunta me
deixou curioso. E continuou o diácono: seja um “pregador marreta” e não
martelo. Perguntei porquê? Um “pregador martelo” tende sempre a despregar o que
um dia pregou em face de não viver o que prega, sendo isto associado ao gancho
do martelo, respondeu ele. E o “pregador marreta”? Quis saber! Bem, explicou aquele
ancião, o “pregador marreta” é aquele que prega e nunca desprega o que pregou.
Sua vida é conforme sua pregação, pois a marreta não possui gancho para
despregar ou soltar qualquer coisa.”
Ouvi esta ilustração há quase vinte e cinco anos.
Provavelmente voces, meus parcos leitores,
já devem ter ouvido também. De qualquer forma ela continua bem atual. Ilustra
a vida de não poucos pregadores da atualidade, chamados de “expoentes”,
“famosos”, “conhecidos” e “ilustres tele-evangelistas” do “mundo gospel”, que,
em evidência, estão despregando o que pregaram no princípio da caminhada. Eles
começaram sendo “pregadores marreta” mas a certa altura de suas caminhada se
traansformaram em “pregadores martelo”.
Todos começaram como “pregadores marreta”. Isto foi
evidenciado pela convicção do chamado e copacitação dada por Deus para
exercerem o ministério. Abraçaram este chamado com fé e humildade. Alguns iniciaram a obra em
garagens, outros em salões apertados, alugados ou emprestados. O veículo que os
levava ao templo não era último modelo. Pelo contrário, a fumaça confundia com
o carro do fumacê. Muitos iam de ônibus. A residência, em bairros pobres,
também não era lá essas coisas. Outros residiam em casas alugadas pois não
tinham condições para adquirir a própria. A unica segurança que os acompanhavam
era a do Senhor dos Exércitos. Eram lidos, ouvidos, assistidos e respeitados unicamente
por seu testemunho. O rebanho ainda era pequeno. E mesmo com algumas dificuldades
e adversidades no ministério, eles pregavam o puro e genuíno Evangelho de Cristo.
Sem mistura. Não só isso. Viviam o que pregavam.
Os tempos mudaram
O tempo passou. O trabalho prosperou os “pregadores
marreta” mudaram radicalmente de vida. A obra agora era outra. Os tempos são
outros. O rebanho cresceu, é outro. Tudo mudou! Suas “igrejinhas” só existem em
fotos. Mega templos e templos suntuosos, com paredes revestidas de ouro e de
pedras caríssima e importadas, são levantados para a exaltação desses
pregadores. A fama os alcançou como a astros de Hollywood. O sucesso financeiro
os conduziram para a idolatria. De respeitados pelo testemunho passaram a ser
paparicados, bajulados e adulados por
causa do estrelato e da influência. Por onde andam são acompanhados por “anjos”,
de carne e osso, que os protegem da cr(g)entália. Quando abrem a boca, esta
mesma boca que um dia foi usada para trazer almas a Deus, agora, o fazem para
desapontar, frustrar e decepcionar aqueles que um dia foram fiéis a sua direção
e ensino. Muitos até deliram a ponto de contradizer as verdades fundamentais
das escrituras favorecendo o descarado e vergonhoso teísmo farisaico, que
pregam abertamente. Por não mais suportarem o nobre título de pastor inventaram
rótulos por puro exibicionismo onde a aparência vale mais que o conteúdo. Dos
carros fumaçando embarcaram em aviõesinhos caros e luxuosos, comprados a preço
de sacrificio de fiéis. Se projetaram a custa de criticar e condenar liturgias
frias, heresias e movimentos anti-bíblico os quais hoje abraça, defende e prega
para sua glória. Venderam-se para a prosperidade de uma teologia cara, sofisticada,
anti-bíblica, miserável e maligna que arrasta multidões para o paraíso
terrestre, mas afastando-a do paraiso celestial.
Os “pregadores martelo” mudaram tudo. Mudaram de
Status. Mudaram de deus. Quebraram o altar do Senhor. Um outro deus está
ocupando seus corações – Mamom.
Como já era de se esperar, a ferramenta de trabalho também foi trocada. Jogaram fora a marreta. Passaram a usar em seu lugar o martelo.
Não é estranho e nem surpreendente a mudança de vida
dos, agora, “pregadores martelo” em razão do espírito que neles opera. O
caráter deles está associado a duas situações usadas na tentação do primeiro
casal no Éden: pregar o que povo deseja e gosta; e, acrescentar textos à
palavra de Deus para validar seus argumentos.
Gostam eles(os “pregadores martelo”) de falar palavras
que encham e incham o ego do pecador faminto. Palavras essas que não saciam a sede
de salvação mas da carne somente.
Eva tinha a palavra de Deus na mente, no coração - a
proibição divina de não comer o fruto da árvore do conheciento do bem e do mal -
porque, no dia que dela comeres certamente morrerás, Deus disse(Gn
2.17b).
Ao ser tentada, Eva ouviu algo que até então jamais
ouvira e que por isso não tinha, portante,
chegado ao seu coração: “Certamente não morrereis”(Gn 3.4). Esta
sentença negativa, dita pela serpente, alterou o estado emocional e psicológico
de Eva. A esta altura a esposa de Adão sentiu uma leve satisfação carnal. Seu
ego não só foi massageado mas abastecido por uma mentira. Aquele texto da
serpente soou bem a sua mente. Parece que não, mas Eva gostou de ouvir o que o
Diabo disse.
O “certamente não morrerás“, dito pela
serpente, se transformou numa das armas que os pregadores martelo usam para
atrair e dominar as pessoas. O povo gosta e quer ouvir isto deles quando, antes,
eles pregavam exatamente o contrário, ou
seja, o que Deus pregou para Eva: “Certamente morrerás".
O texto que a serpente falou para Eva dito para uma alma pecadora, profana, blasfema e carente de misericórdia, é tudo que deseja ouvir. Quanto mais ouve, menos chances tem de mudar de vida. É o que a carne quer, não morrer. Deseja avidamente as coisas desta vida.
Hoje, para os “pregadores martelo” a terra é o limite
e o céu é aqui. O que importa é a satisfação na vida terrena em detrimento da
espiritual.
A segunda coisa que os “pregadores martelo” usam também ocorreu no Éden por ocasião da
tentação. Não foi um artifício usado pelo Diabo, mas pela mulher de Adão.
A grande contribuição de Eva para que ela e seu esposo
aceitasse o pecado foi ter acrescentado algo extra à palavra do Senhor, levando
esta palavra a condição de divina.
O diálogo de Deus para o casal não comer do fruto
proibido foi claro e não precisava acréscimo. Deus disse: “mas da árvores do conhecimento do bem e do mal, dela não comereis; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”(Gn 2.17).
Na conversa com a serpente, Eva adiciona palavras valorizando sua fala mas sem perceber que com isto deu vantagem para o tentador sair vitorioso. Assim ela acrescentou: “mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morreis”(Gn 3.3).
Deus não disse do fruto ”nem nele tocareis”. Eva,
por conta própria, acrescentou este texto.
Concluindo
Do modo como Eva foi tentada e da forma como ela
acrescentou textos à palavra de Deus, assim vivem os “pregadores martelo”.
É difícil imaginar um “pregador martelo” voltar a ser
um “pregador marreta”. Isto porque acostumaram-se a mentira, ao engano, a
malandragem sem o que nunca seriam beneficiados para alcançar o padrão de vida
que possuem.
Para não perder o fio da meada, dias antes de publicar
este post, um outro grande e expoente “pregador martelo”, antes “pregador
marreta”, e dos bons, vem a público afirmar que a Bíblia contém
erros de capa a capa; que não é inerrante e por último, com todas a s letras,
boceja que a palavra de Deus é apenas palavra do homem. Este doente e perdido “pregador”,
antes, muito usado por Deus, perdeu a direção das coisas santas há muito tempo.
Apostatou da fé.
Uma árvore que apresenta cor acinzelada em seu corpo,
com os galhos secos, sem folhas e sem fruto, imagina-se que vai morrer e
finalmente tombar no terreno. Na verdade, a árvore já está morta. A morte veio primeiro
através da raiz a qual está impossibilitada de distribuir a seiva para o restante
da árvore fazendo com que sua aparência exterior mude drásticamente seu
aspecto.
Assim são os “pregadores martelo”. Não há mais raiz em
suas vidas pois a seiva – que é a palavra de Deus, há muito deixou de alimentá-los.
Transformaram-se numa árvore seca.



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