sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Ditadura na Igreja de Cristo?

Acompanhe a evolução paralela entre os presidentes dos Estados Unidos e os governantes do Egito.

O mundo árabe está em ebulição por conta das revoltas e protestos ocorridos na Tunísia, Yemem, Jordânia, Argélia, e agora, pegando fogo, no Egito.

O que se pretende dos protestos no Egito é nada mais nada menos que excluir a ditadura atual para impor uma outra. Infelizmente esta é a razão desse movimento, a exemplo dos outros paises já citado. 

Olhando para o quadro que ilustra este post, vemos a diferença de uma real democracia para uma ditadura, ainda que a democracia não esteja isenta de, em seu bojo, servir de instrumento para uma tirania(é só ver o aparelhamento do PT nas instituições, durante os oito anos de governo de sua majestade etílica - Lula da Silva).

Embora simples fotografias, elas revelam uma aparêntea realidade dos fatos que estão acontecendo no Egito. Repare nas faces dos presidentes. Nas dos americanos vê-se um sorriso que se renovam a cada eleição demonstrando com isso uma pespectiva de renovação, dinamismo e o desejo de realizar coisas novas e significativas para o povo e para a nação. Observe a seguir, na face do governo do Egito, o ditador Mubarak.

Veja que na primeira foto, de 1981, sua face é  séria e sóbria, escondendo o que  todos não deviam saber - que o povo ia ser traído. A ditadura e prenunciada aqui. Na foto de 1989, oito anos depois, sua face materializa o desejo de se perpetuar à frente do Egito, o que mais importa. O sorriso maroto denuncia que seus ideais de permanencia estão a frente dos interesses da nação e do próprio povo. Em 1993, seu rosto maltratado pelo tempo e os cabelos grisalhos anunciam que deu certo seu plano tirano. O sofrimento que o tempo causa compensa o "benefício" cobrado do povo. Vinte anos depois, em 2001, a face de Mubarak está envelhecida assim também como o ânimo do povo egípcio. Por fim, em 2009, o mandatário egípcio encarna uma face arcaica, velha, ultrapassada e ingóbil, assim como o regime de seu governo. A face de Barack, o Obama, é o contraste mais fiel, vivo e real da do Mubarak egípcio. O democrata, ao ser eleito por uma democracia, contrariou os ditadores do racismo e do preconceito, derrubando também a tirania de alguns mitos e tabus americanos. Já a face de Mubarak revela o intento de um ditador: é fúnebre, lúgrebe e sombrio. Sem visão e sem sorriso o resultado  é uma face carrancuda e feia, assim como a situação do povo que não lhe suporta mais mais.

Nenhum ditador é eleito para ser ditador. Ele se faz a partir do momento que sua ideologia e vaidade o instiga para se perpetuar no poder. Isto também é motivados pelas benesses, pechinca, facilidades para enriquecer e obter vantagens até então não conhecidas. O poder seduz, embriaga e molda o caráter do homem normal para o de um ditador, caso queira. Como ilustração cito o exemplo do cara-de-pau Hugo Chaves(amigão do Lula e da Dilma), que evidenciou essa faceta, numa entrevista, três dias antes de ser eleito, ao Jornalista Jorge Ramos do canal Univizion. Assista!, e depois volte ao post.

Os fatos recentes no Egito, decorridos trinta anos do governo de Mubarak, me faz refletir sobre a permanência por tanto tempo de um líder à frente de uma igreja. Seria isso uma ditadura? Talvez! Pode ser! Não sei!

O título que trás este post não é nada sugestivo, mas oportuno.

Ao longo da caminhada de fé contemplei coisas das quais procurei passar ao largo. Minha atitude diz respeito ao fato de não ter uma compreenção exata, na sua essência. Uma delas é a permanênia por longo período de um pastor à frente de uma obra do Senhor. Não estou generalizando. É compreensível que para um trabalho missionário deslanchar há necessidade do obreiro permanecer até o tempo da mesma ser estabelecida. Há exceções e também outros casos correlatos.

Para ser mais claro, refiro-me a permanência, por longos anos, do pastor da igreja local, como também de sua substituição por um filho ou parente mais próximo, quando então será jubilado ou trnasferido para outra localidade.


Seria isso uma ditadura dentro da igreja de Cristo ou o mover de Deus? Consideremos alguns pontos feito em forma de perguntas, sem contudo dogmá-las como bíblicas.


É justo o pastor, passar a direção da igreja a um filho ou parente mais próximo? 


Deus chamou homens ou dinastias? 


Aceita-se que a igreja de Cristo ao longo de anos tenha sua direção pautada por uma família, com sucessão na ordem  preestabelecida, como uma monarquia ou mesmo como um governo secular ditatorial ?


Tem a igreja de Cristo o direito, condição ou mérito para, ao sair o dirigente que ficou por muitos anos, ser  agora dirigida por um servo levantado por Deus, que não seja filho, parente ou faça parte da família do pastor anterior?  

É aceito o pastor orar e pedir permissão ao Dono da igreja - Jesus, para colocar um filho ou parente à frente da obra, em detrimento do vice que lhe auxiliou por muitos anos, sendo este possuidor de virtudes, obediência, boas obras e que aguarda com anseio o cumprimento da promessa dada por Deus?


É justo, na transição da liderança,  esquecer o auxiliar que durante muitos anos, com e por fé, furou telhados para levar almas a Cristo; carregou macas para muitos serem curados; permaneceu na janela como  Êutico mas sem nunca ter dela caído; ter servido como um verdadeiro e fiel moço do profeta–presidente mas que nunca se corrompeu como Geazi; ter sido tão responsável como Elizeu a ponto de honrar o Elias-presidente desejando ser tão próspero no ministério como o seu pastor, que agora sai? 
  
São apenas consideraçãoes, é verdade. Mas, o que diz a Bíblia sobre esse assunto? Está realmente, em nossos dias, o homem cumprindo a vontade divina ou o critério humano tem prevalecido deixando para escanteio a imperiosa vontade de Deus?


A realidade dos fatos é outra. Ministérios(que rima com império) estão sendo transferido para os filhos. Famílias, ao longo da direção pastoral, se constituem em verdadeira dinastia eclesiástica. Megas-igrejas passaram a ter donos, não mais servos. O respeito, a reverência e o valor atribuído ao homem é caracterizado pelos títulos e o poder material que possui, não mais pelo que ele é em Cristo. Não é pra menos que Jesus, o fundador da igreja, está sendo esquecido. 

Com isto, não estou insinuando que um pastor por ficar por muito tempo à fente de uma obra seja um ditador. Muito menos afirmando que Deus não aprove o tempo e sua direção. 
A incógnita recai quando um líder, depois de muitos anos no cargo, não quer passar o trabalho e usa todos meios e artíficios para se perpetuar no mesmo. Mais ainda, aparelha todas as instância do ministério em seus pontos chaves com pessoas da família de modo que por ocasião de sua saída seu lugar seja ocupado por um filho ou parente. Nem mesmo quando se trata de pecado há flexibilidade do líder para deixar o poder. O que é isso?
Definindo o termo, ditadura é o modo de governar segundo o qual o poder central(eclesiástico, no caso da igreja) se concentra nas mãos de um líder, que o exerce com autoridade absoluta, perpetuando-se por longo tempo.
Quem introduziu este história foi os israelitas. Eles pediram um rei motivados pela existência do rei nas nações vizinhas. Deus os atendeu dando-lhes um monarca por quarenta anos. Eles pediram um rei. Deus chamou Saul. 
A indicação e o chamado de Saul não requereu plebiscito mas foi por Deus  diretamente feito ao profeta Samuel. Nesso ponto, há um fato lógico neste quadro que merece ser analisado.

Após o pecado de Saul ele foi rejeitado e o seu governo também, mas permaneceu no cargo. Convicto de que Deus não mais eracom ele e com o seu reinado, o correto seria ter abdicado do trono. “Porém Samuel disse a Saul: Não voltarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do SENHOR, já te rejeitou o SENHOR, para que não sejas rei sobre Israel”(1 Sm 15.26).

Era nesse momento que Saul deveria recuperar a dignidade diante do povo, de Samuel e do próprio Deus, renunciando ao trono. Essa atitude mudaria a imagem obstinada que o levou a pecar contra o Senhor. Seria sua última e acertada decisão para sair da história de uma forma honrosa. Isso abriria caminho para que Davi ascendesse ao trono de Israel. Porém...

Saul começou a perseguir aquele a quem foi escolhido para substituí-lo. Por causa disso e sem ter culpa no cartório, Davi levou muitos anos até ser empossado como rei. Além de rejeitado Saul impedia o plano de Deus na vida do belemita.

Pergunta: Foi ou não uma ditadura que Saul exerceu em Israel após a rejeição? Ele só deixou a coroa porque morreu!

É bom lembrar que no percurso do seu reinado Saul  tinha pretensões de deixar Jônats, seu filho, para substituí-lo como rei.

Ao permitir a monarquia, Deus não estava com isso avalizando que a sucessões dos reis de Israel fosse necessariamente pela linha dos primogênitos. Erradamente a maioria dos reis agiram assim, alienados da vontade de Deus utilizando sua própria cartilha. Por isso vemos casos escabrosos na mornarquia israelitas principalmente por aqueles que ocuparam o trono sem o chamado de Deus.


Ah! Mas alguém pode perguntar: Ora, porquê então nesse período Deus deu muitas vitórias a Israel? Eu respondo...

Que todas as vitórias e os benefícios trazidos a nação de Israel pelas conquistas c com Saul foi mérito e misericódia de Deus que continuou olhando para o seu povo e não somente para um homem, como muitos líderes pensam e acham.

Deus não teria rejeitado Saul se não fora por seu pecado. Entende-se que quando há uma intervenção da parte de Deus na liderança, independente dos motivos, deve-se buscar a direção divina para saber sua vontade. Insistir numa caminhada por longo tempo, exercendo autoridade absoluta, aparelhando a instituição e seus pontos chaves com parentes para se perpetuar no poder sabendo que não é mais da vontade de quem ali o colocou – que é Deus, isso é insistir numa ditadura.
Moisés, por determinação de Deus, ficou quarenta anos na direção da congregação de Israel. Sua retirada bem como o seu substituto foram resoluções unicamente de Deus.

Paulo, o apóstolo, abriu muitas as igrejas em várias partes do mundo antigo. Em nenhuma delas se mostrou arrogante e autoritário a ponto de requerer para si o seu domínio: Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho”(1 Pe 5.3). Nem mesmo reclamou dos benefícios que supostamente poderia receber das igrejas, embora em outra ocasião, tenha reconhecido isso ser o obreiro digno do seu salário: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto”(1 Pe 5.2).

Muitos líderes acreditam que a igreja é sua propriedade. Argumentam que deram sua juventude, seu trabalho, seu esforço e suor para o crescimento da mesma. Assim se justificam liderando com tamanha autoridade humana não discernindo que praticam uma ditadura eclesiástica.

A igreja é de Cristo. Ele morreu por ela. Isso é suficiente para os salvos.

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